25.3.14

Um beijo e um segredo.

Pode, no desenrolar, não fazer sentido, mas a ocasião é portentosa e valiosa, qual sorriso. No sossego, queremos saber do envolvimento que faz bem ao ânimo e que sugere a pausa obrigatória. O telemóvel toca, agora não sabemos se é uma chamada perdida, uma mensagem pendente, uma fotografia do cão na praia ou de sushi a chegar ao Instagram ou uma novidade, mascarada de likes, marcações em fotografias ou convites sem voz, numa qualquer outra rede social. Adiamos, por força da procrastinação. Porque, a dada altura, não interessa assim tanto. Mas, porque eles insistem, rendemo-nos à evidência da curiosidade, e vamos ver. Não sei bem que respostas havemos de devolver às solicitações cruelmente repetidas. Enfim, percebo que não. Há fotografias várias, convites sem sustento, likes a inventarem atenção, mas a mensagem é outra. Vem de lá, do número que nos leva para o remetente que procuramos sempre. E é tremendamente pontual, ao mesmo tempo que está carregada de sentimento. É, inequivocamente, um sinal de lembrança. É sedutor e pesado. Ela não sabe tudo, mas é melhor nas emoções, no seu tratamento e na forma como as fala. Por tudo, e por muito mais, é que não deixo de querer comer algodão doce com ela. E dizer-lho ao ouvido.

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