Se
me perguntam, logo de manhã, se gosto do amarelo, o raciocínio quase me trai.
Penso de menos. Arrisco um não. Contudo, não é a verdade. Salvo raras
excepções. Como naquele dia, antes de subir para o comboio, antes de umas
valentes horas de viagem, em que o sono nos deixa trôpegos, e chega quem se
alimenta, no que ao vestuário diz respeito, da cor de que vos falo. Era, tal e
qual, uma estatueta, das famosas que dão prestígio. As madeixas loiras de um
cabelo naturalmente claro confundiam-se com o casaco que roubava espaço e
atenção às calças. As calças, nada inocentes, caíam sobre os saltos altos
amarelos. Ao lado, sorriam felizes duas malas. Ambas, bem sabemos, amarelas.
Toldou-me, porventura, os pensamentos. Tanto que jamais me esqueci. Rouba-me as
lembranças. Como quando estou numa das mais bonitas e privilegiadas varandas da
cidade. E lá em baixo, a harmonia é, por demais, evidente. O amarelo dos eléctricos,
tão tradicionais, e dos transportes que carregam gente, que tocam de cor os
lábios da cidade. Se me perguntam, logo cedo, numa manhã como esta, se gosto de
amarelo, sem remédio para o raciocínio, responder-lhe-eis, claramente, que sim.
Aprecio o amarelo. E, ironicamente, a harmonia que proporciona ao todo.
Amarelo lembra-me casa...lembra-me a luz de lisboa e os seus electricos...mas se gosto de amarelo? Só no mundo mas não em mim =)
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ResponderEliminarNada,
ResponderEliminarPrecisamente. Se me lembro de gostar de amarelo, é porque desde sempre me lembro dos eléctricos e de uma Lisboa (que tanto adoro) cheia de luz. Luz essa, sempre tão gabada. Depois, posso facilmente negligenciar esta cor, embora, deva assumir, guardo uma peça ou outra ;)
Já eu, adoro o amarelo. :)
ResponderEliminarRaquel,
ResponderEliminarEu aprecio o amarelo. Mais do que posso, eventualmente, dar a entender no meu quotidiano. Aliás, amarelo nos outros, genericamente, é um estímulo e testemunho de boas vibrações.
Do que te vou conhecendo, terias de ser adepta deste tom :)