30.6.15

O que acontece todos os dias.

Agora que tenho um chapéu, lembro-me melhor. Um triz de brincadeira, mas afaga o ânimo e a coragem de levá-lo para fora de portas. Como no fim-de-semana passado, que passei pela terra sossegada e de encantos inesgotáveis. Durante largos anos, houve uma palavra que me fez companhia. Não me saía da cabeça. Quantas vezes me assaltou as ideias. Não sei bem porquê, devo tê-la ouvido algures. Era ainda uma criança. Depois, procurei saber a definição. Li nos dicionários, nos livros de relatos históricos. Perguntei aos que estavam à minha volta. Serviu para dar descanso à curiosidade. Fui, ao longo do tempo, ouvindo-a aqui e ali, sem lhe dar outra importância. Jamais esqueci a definição. Mais tarde, muito antes de ser adulto, percebi que era palavra que ofendia. Também quase nessa altura, percebi as questões que viviam do lado dos que se mostravam ofendidos. A palavra não importa. Revela relevância, antes, o acto. Não tenho culpa, mas sou agradecido pela formação que recebi e por, genuinamente, me preocupar com o outro. Seja quem for, como for. Mesmo que me apelidem de privilegiado e acusem de ter vivido e de viver no lado bom. Não sei o que é isso. Mas não hesito, em nenhum instante, se acreditar. Passa o tempo, evolui a sociedade, mas mentes há que não se mexem. O lamentável mundo actual. Se invertermos a tendência, no caminho do progresso, tirar-lhes-ei o chapéu.

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