As
capas dos jornais acontecem como um painel desbragado na cara de alguém, não
arrisco uma abusada e detalhada gargalhada. Tenho-lhes gosto e respeito. A
alguns. Na banca, em papel. No computador ou tablet, no digital. A nova era, chamam-lhes. A procura de uma
qualquer desculpa para não se repetir. Ou repetirem. Disfarçados os minutos,
perdido na leitura matutina de não muitas capas e notícias seguras de
interesse. Desci a rua, voltei à direita, em direcção ao lugar de sempre.
Coisas há, que não mudam. Rotinas de quem designa um poucochinho de nada. Já no
interior, conhecem-me o pedido, acenam-me afirmativamente com a cabeça,
respondo-lhes igual. Sento-me. O companheiro de rotina está na mesa ao lado.
Cumprimentei-o. E voltou-me a saudação. Já havia terminado, depois de usar o
telemóvel para obrigações frívolas, quando o meu cúmplice de café me pergunta
se quero ler as boas novas ou as velhas maranhas. Questão que me põe amiúde.
Agradeço-lhe e torno a responder-lhe que não, que já golpeei a brasa das
novidades que abraçaram as publicações diárias. E, de jeito esquecido a
tomar-lhe o rosto e as palavras, diz-me “É
verdade”. Para trás, porque não me importo. Gosto de sair e ver estas
pessoas, ouvi-las, conversar. Termina, pedindo-me a opinião sobre as gordas dos
desportivos. E, em minutos, agitamos o vai e vem do futebol. Benfica, sempre o
Benfica. Obrigado. Vai lá, rapaz. Volta
para os braços do que te espera.
Sem comentários:
Enviar um comentário