5.2.14

Um diplomado de recordações.

As capas dos jornais acontecem como um painel desbragado na cara de alguém, não arrisco uma abusada e detalhada gargalhada. Tenho-lhes gosto e respeito. A alguns. Na banca, em papel. No computador ou tablet, no digital. A nova era, chamam-lhes. A procura de uma qualquer desculpa para não se repetir. Ou repetirem. Disfarçados os minutos, perdido na leitura matutina de não muitas capas e notícias seguras de interesse. Desci a rua, voltei à direita, em direcção ao lugar de sempre. Coisas há, que não mudam. Rotinas de quem designa um poucochinho de nada. Já no interior, conhecem-me o pedido, acenam-me afirmativamente com a cabeça, respondo-lhes igual. Sento-me. O companheiro de rotina está na mesa ao lado. Cumprimentei-o. E voltou-me a saudação. Já havia terminado, depois de usar o telemóvel para obrigações frívolas, quando o meu cúmplice de café me pergunta se quero ler as boas novas ou as velhas maranhas. Questão que me põe amiúde. Agradeço-lhe e torno a responder-lhe que não, que já golpeei a brasa das novidades que abraçaram as publicações diárias. E, de jeito esquecido a tomar-lhe o rosto e as palavras, diz-me “É verdade”. Para trás, porque não me importo. Gosto de sair e ver estas pessoas, ouvi-las, conversar. Termina, pedindo-me a opinião sobre as gordas dos desportivos. E, em minutos, agitamos o vai e vem do futebol. Benfica, sempre o Benfica. Obrigado. Vai lá, rapaz. Volta para os braços do que te espera.

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