6.2.14

Perdeu o vigor.

A mulher que tu vês e às vezes te esqueces de observar, sabes que não te tem. Contudo, reforças um futuro que não passa de um retiro hipotecado. Não opões nem expões. Focas a mímica de um corpo presente. Assim mesmo. Vale a verdade que vale. Desfocou a sensualidade de serem amantes, desfez-se. Melindraram. Elevou-se a espera. E a ausência. Encostados num lugar desabitado, viu-a pintar os lábios. Era a mulher que tu vês e, tantas vezes, te esqueces de olhar. Aplicava um vermelho forte. E imitava, com os lábios dançantes, os gestos que reparamos nos filmes. Mirava-se no espelho como quem se conhece. E, ali, tão próximos, não fizeste outra coisa, senão aproximares-te dela, agarra-la pelas ancas e beijá-la. Até pinturilar o envolvente da boca. Com o medo. Porque a mulher que tu vês, não sabe. Quantas oportunidades ficaram entorpecidas. Não sabe. Coragem, rapaz!

4 comentários:

  1. Que lindo texto! E antes que me diga que sou romântica, garanto já que não é algo que combine comigo, mas estas histórias surpreendentes... Gosto, sim. :)

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    1. Agradeço-lhe o elogio, Raquel :)
      A sua ressalva fez-me sorrir. Eu também tenho preferência por histórias, reais ou ficcionadas, que me surpreendam. Sejam moldadas, ou não, por romantismo.

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  2. Muito Bom!!...qual mulher não gosta de ser assim...admirada!
    beijinhos

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    1. Muito obrigado! :)
      Gosto de ler isso de alguém que, com naturalidade, assume as coisas tal e qual como elas são. Também, nos "Entas", não se deixou de assumir.
      Beijinhos.
      Até já!

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