A
mulher que tu vês e às vezes te esqueces de observar, sabes que não te tem.
Contudo, reforças um futuro que não passa de um retiro hipotecado. Não opões
nem expões. Focas a mímica de um corpo presente. Assim mesmo. Vale a verdade
que vale. Desfocou a sensualidade de serem amantes, desfez-se. Melindraram.
Elevou-se a espera. E a ausência. Encostados num lugar desabitado, viu-a pintar
os lábios. Era a mulher que tu vês e, tantas vezes, te esqueces de olhar. Aplicava
um vermelho forte. E imitava, com os lábios dançantes, os gestos que reparamos
nos filmes. Mirava-se no espelho como quem se conhece. E, ali, tão próximos,
não fizeste outra coisa, senão aproximares-te dela, agarra-la pelas ancas e
beijá-la. Até pinturilar o envolvente da boca. Com o medo. Porque a mulher que
tu vês, não sabe. Quantas oportunidades ficaram entorpecidas. Não sabe.
Coragem, rapaz!
Que lindo texto! E antes que me diga que sou romântica, garanto já que não é algo que combine comigo, mas estas histórias surpreendentes... Gosto, sim. :)
ResponderEliminarAgradeço-lhe o elogio, Raquel :)
EliminarA sua ressalva fez-me sorrir. Eu também tenho preferência por histórias, reais ou ficcionadas, que me surpreendam. Sejam moldadas, ou não, por romantismo.
Muito Bom!!...qual mulher não gosta de ser assim...admirada!
ResponderEliminarbeijinhos
Muito obrigado! :)
EliminarGosto de ler isso de alguém que, com naturalidade, assume as coisas tal e qual como elas são. Também, nos "Entas", não se deixou de assumir.
Beijinhos.
Até já!