7.2.14

Só para reforçar.

Quão arrepiante é ouvir o testemunho diluído em medo, terror e desespero. De quem luta a todas as horas contra a violência doméstica e a perseguição patológica. A quem vive refém, numa ginástica tremenda, de uma vida levada pé ante pé, sob pena das ameaças se tornarem em concretas experiências. De quem, trémula, coloca a hipótese de hipotecar o futuro, largando a casa, a família, a rotina, o núcleo social e o emprego. Porque do telefone chovem chamadas, calam-lhe a voz com gritos e ameaças de rapto e morte. Atentam contra ambas. A ela e à sua cria. De viva voz, de rosto colado ao dela, lhe esgrime argumentos ignorantes, delinquentes e perversos. Mesmo depois do ponto final. Mesmo depois do término da relação. Como se só ficasse frio na memória. Só para não esquecermos, jamais, de um mal social. Quão arrepiante é ver e ouvir o medo de alguém.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. É precisamente essa a questão. De quem vive o terror e de quem se apercebe dele. Bem, quem está de fora, terá a resposta. Só há uma solução, denunciar! Nada mais importa, senão fazer por resgatar as vidas destas pessoas.
      Mas é de eternas reticências que, parece-me, vivem estas pessoas, mesmo depois de denunciarem. Não encontrar segurança. Roubam-lhes, mas consentem.
      Faltam-me também as palavras. Principalmente quando estou frente-a-frente com alguém que relata o medo. Não há explicação.
      Beijinhos

      Eliminar