O
enquadramento é o requinte de saber quem é, de saber quem sou, de saber quem
somos. Querendo, dava destaque à tela cuja pintura inteira vinga em toda a
parede. Mas não consigo. Também, não sou o mais entendido na matéria. Do tecto
caem lustres deslumbrantes. Ainda assim, difíceis de roubar a atenção. Mas
absorvo-me nela. Nos cabelos compridos, à solta, a cobrirem-lhe parte do busto.
O rosto brilhante e maquilhado. As jóias sóbrias e discretas. O olhar que me
cruza. As pernas cruzadas entre a bainha do vestido e os saltos altos. A
postura que, em tudo, converge com o esqueleto do discurso e do pensamento. Estava
a olhá-la e fiquei a pensar no quão me influência os pensamentos e os
sentimentos. Não os baralha. Antes, une-os e excita-os. No melhor do sustento
de ambos. Como me tolda a escrita e protagoniza a raiz de onde me inspiro.
Sempre. Desde que nos deixamos conhecer. Por ela, para ela. Estava a olhá-la e,
por fim, não restaram dúvidas. Faz sentido.
metade das nossas histórias são os nossos pensamentos...o resto completa-se com o dos outros...e assim faz sentido
ResponderEliminarNada,
ResponderEliminarGostei dessa definição. É uma verdade irrefutável. Somos partes. Uma somos nós por inteiro, a outra somos nós com os outros. Faz sentido, sim :)