Não
tem perto da minha idade, porque conta com mais de dez anos que eu, isto sem me
perder a fazer as contas de forma conveniente. É um desviado da
intelectualidade, embora, viva embrenhado nela. É uma contradição como quase
tudo o que lhe conheço. É um amigo que, aos poucos, deixou de ser um mero
conhecido. Aproxima-nos um punhado de coisas. Afastar-nos-á outras tantas.
Conhecemo-nos por entendimento da circunstância. E dos amigos em comum. É
divertido nas expressões e situações mais desengonçadas e sisudo nos momentos
mais informais. Outra contradição, lá está. Não é o preferido em muitos dos
locais onde se move. Porque não se apresenta, escolhe chegar e não pensa no resto.
Não oferece a preocupação de bandeja. Faz de conta que muito do que é não
impressiona os outros e repete, se preciso for, que não lhe causa aflição. Teme
outros males. Nunca viveu um casamento longo. Nunca, em nenhum dos quatro
casamentos. Aflige-lhe outras maleitas. A inesgotável vontade de arriscar no
próximo amor. É, nas conversas em que fuma um cigarro e mais outro, um defensor
do amor. Não lhe conhece as regras, as soluções. Mas entra na luta. Aqui, não
se limita a existir. Avança sem justificar o impulso do corpo e da mente.
Defende o casamento. Só é capaz de viver o peso da paixão e a leveza do amor
num casamento. Desafiado, responde que só amou o número de vezes em que se
casou. Do resto, como em tudo, não se preocupou. Tampouco, senão uma ou outra
lembrança lhe restou. Volta o desafio e responde que só pode com o peso do
sossego e desassossego exterior. Lá dentro, onde guarda o que é, não suporta o
tormento de não viver. Seja porque sim, seja pela infindável necessidade de
estimular. De viver até encontrar.
Há pessoas assim, que vivem felizes no amor, mesmo que ele conheça interrupções e outras caras. E quem sou eu para condenar? É que para mim não existem amores-para-sempre, mas antes amores-até-quando-ambos-quisermos. :)
ResponderEliminarNão questiono sequer. Para mim, em momento algum, me aconteceu imaginar, sequer, que o amor é eterno. Encontro-lhe, ao amor, pormenores e maneirismos que o permaneceram mais ou menos tempo. Ninguém é capaz de avaliar, senão questionar-se, se for caso disso :)
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