23.7.14

Do nascimento em diante.

A infância e a adolescência são, vezes sem conta, alvo das mais desgrenhadas palavras e definições rasteiras. A inocência, a inexperiência e o imprevisto. Depois, as acções azougadas, os amores e desamores desavindos, as relações familiares tão beliscadas, as amizades que vão e, se voltarem, voltaram. A seguir, bem, tudo muda, é o que nos oferecem como verdade. Reconheço sinceridade em muito desse raciocínio. Mas as excepções nunca ficam a perder. E, no passado fim-de-semana, num local público, onde devíamos optar por alguma parcimónia no discurso, uma jovem mulher, certamente com, pelo menos, trinta anos, exprimia-se com a força e fluidez do pensamento. A prosa comprova, se não colocarmos tantos entraves, que somos eternos em tanto das experiências que escolhemos ou que, de jeito inevitável, vivemos. A jovem mulher questionava-se, pelo que deu a entender, a uma amiga de longa data, da relação “tão de liceu”, como a própria definia. Não vou relatar o que se seguiu daí em diante, porque não é relevante e, sinceramente, não guardei. Mas ficou-me a certeza de que, crescer, soprar mais uma vela e evoluir pessoal e profissionalmente, nunca será a certeza de que maturamos. Ressalvo todas as excepções. Siga o passo.

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