A
infância e a adolescência são, vezes sem conta, alvo das mais desgrenhadas
palavras e definições rasteiras. A inocência, a inexperiência e o imprevisto.
Depois, as acções azougadas, os amores e desamores desavindos, as relações familiares
tão beliscadas, as amizades que vão e, se voltarem, voltaram. A seguir, bem, tudo
muda, é o que nos oferecem como verdade. Reconheço sinceridade em muito desse raciocínio.
Mas as excepções nunca ficam a perder. E, no passado fim-de-semana, num local
público, onde devíamos optar por alguma parcimónia no discurso, uma jovem
mulher, certamente com, pelo menos, trinta anos, exprimia-se com a força e
fluidez do pensamento. A prosa comprova, se não colocarmos tantos entraves, que
somos eternos em tanto das experiências que escolhemos ou que, de jeito inevitável,
vivemos. A jovem mulher questionava-se, pelo que deu a entender, a uma amiga de
longa data, da relação “tão de liceu”, como a própria definia. Não vou relatar
o que se seguiu daí em diante, porque não é relevante e, sinceramente, não
guardei. Mas ficou-me a certeza de que, crescer, soprar mais uma vela e evoluir
pessoal e profissionalmente, nunca será a certeza de que maturamos. Ressalvo
todas as excepções. Siga o passo.
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