O
carro num tom verde alface, tão chamativo como desconcertante no meio-termo e
inócuo corredor de estacionados. Todos de cores iguais. Junto à praia,
permitindo avistar os muitos chapéus-de-sol, também eles todos similares. Quase
repetidos. Dois ou três tonalidades. Duas ou três marcas expostas. A postos, os
nadadores salvadores. As ondas a rebentar levemente, os pés a conhecerem a
temperatura do mar. As toalhas estendidas, os corpos a ganhar cor. O sol a
dispensar detalhe, dá de oferta uma vida diferente aos lugares. Jogam à bola e
não dispensam as raquetas típicas. Ouvem-se vozes sem parar. Por trás,
bicicletas a passar. Elas vestem biquínis, triquínis e fazem topless. Eles optam pelos calções curtos
ou a meio da perna, outros vestem ainda as importadas sungas. A bandeira exposta a anunciar calmaria. Pais e filhos, avós
e netos, casais e grupos. No horizonte, a imaginação. Voltamos ao carro, aquele
verde que lembra alegria. Tão chamativo. Alguém, de porta aberta, troca o que
traz calçado por uns ténis de corrida. Vem equipada a rigor. Levanta-se, fecha
a porta e começa a correr. O cenário é o mesmo. O propósito é diferente. As
pessoas fazem e vivem os lugares. Experimentam conforme o traço. O perfeito
nível de personalidade.
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