Justifica
a selfie, ou o desfile de selfies que, guardadas no iPhone, desafiam várias caras, com a
independência. A vulgaridade do termo e do acto desinteressa-lhe. Importa-se um
nada. Perturba-lhe tanto como o destino de bandas desapossadas de talento.
Fotografar-se é um talento. Um privilégio fazer um retrato sem que precise de
outras mãos. É um tempo que não ganha rugas de espera e desespero. É
instantâneo, como se pretende por estes dias. A alternativa da longevidade é o
desinvestimento. Não convém prestar atenção à qualidade. Veste-se a vaidade.
Mostra-se o momento à sociedade. Ganham-se posturas e posições que favorecem a
fotografia de objectiva que treme. Justificar, por si só, comporta culpa. Ou,
no limite, desconforto, constrangimento. A selfie,
assim como, outras modas e manias, é uma opção. Válida se não contrariar.
Altera-se todo o tabuleiro de posturas e coerência no jogo, quando a explicação
e sobrepõe à acção. Quando demora bem mais do que a reacção.
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