Os
jardins improvisados fazem as vontades de quem quer uma festa ao final do dia.
Os jardins de casas que guardam espaço para o convívio, são uma oportunidade de
convergir vontades e necessidades. Os anos que gastaram a arquitectura e a
fachada requintada, agora recuperadas, são um privilégio. Um convite que foge
do papel. Do envelope, não fugiu o jardim. Agora tem cor celeste ao fundo. E
soa do rádio que tem graça, uma voz que fala em paraíso. E amor. Definições dissonantes,
assim alguém as ouse separar. Na língua estrangeira, que sossega os temores
alheios. E acomodamo-nos por ali. Sentados, a conversa não sossega. De pé, os
cumprimentos e os relatos de quem viveu. O tempo passa, mas não apoquenta as
ligações. Mesmo que, irremediavelmente, alguém se perca na ausente mensagem na
rede. Sejam palavras, gostos ou fotografias marcadas. Lixam-se, sem darem por
isso. Para isso, servem os compinchas de sempre. Recusem ligação à corrente.
Logo a seguir, o verde nunca havia ligado tão bem com o azul. A festa
continuou. Agora, gritam do mesmo rádio, que amam os sonhos em maré de
tristeza. Numa tradução tão livre como a das restantes metáforas.
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