Recebi
na minha caixa de e-mail um anúncio. Nele, um conjunto de imagens, que lado a
lado com outras, estão numa exposição. Lembrava-me, o mesmo amigo, no mesmo
e-mail, que as fotografias, de um fotografo recente, aconteciam numa cidade,
que não sendo capital, é movimento de cultura. Não falo, portanto, de Portugal.
Fatalmente, o nosso país prefere esconder a necessidade de viver e conhecer. Não
conhecia o recente fotografo, nem de nome. Fui procurar saber. Afinal, o
artista apelidado de recente, conta com um vasto número de exposições e imagens
premiadas. Desta feita, volto a ter a certeza de que as legendas cansam.
Valorizam-se ou perdem-se sem grandes questões. As imagens, voltou a
escrever-me o mesmo amigo, eram o espelho de cada corpo nelas representado.
Tive de concordar. E, nisto, lembrei-me de uma mulher que conheci há muitos
anos atrás. Uma professora de português que desenhava. Era desgovernada e sem
feitio para o espartilho de uma educação com cintos. Não será necessário
escrever que não tinha particular popularidade entre os da mesma classe. Mas
insisto. Soube mais tarde, desenhava corpos. Nus e, preferencialmente, corpos
nus de mulheres. No desatino do destino, conheci-lhe algumas obras, anos mais
tarde. E percebi. O gosto pelo desenho. A primazia pelo nu. A simpatia pelo nu feminino.
Ainda, o afastamento que ela cultivava de uma certa vaidade colectiva que
tomava o ambiente por onde, inevitavelmente, tinha de se movimentar. E nas
legendas, que dotada de palavra, simplificava o todo. É ver para acreditar.
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