Se
a memória não me falha, sempre que oiço alguém responder que é ecléctico, seja qual
for a faculdade ou preferência a que se refira, que vejo um sorriso esboçado,
em alguns casos, uma gargalhada. Talvez, porque as massas abusam de uma certa
necessidade de jogar com uma bengala que está sempre presente. O eclectismo, na
boca de alguns, não tem génio. Por seu turno, poder-se-á pensar, até aventar,
que tem génio que não dorme bem. Um génio ruim que consome a razão a tudo
quanto espreite ao seu redor. É uma natureza quase maltratada. Brinca-se com a palavra,
porque sobre ela nunca se pensa com a efectiva necessidade que propõe. Encrava
uma qualquer necessidade de puxar de um cliché. Tão blasé que perde explicação.
É uma sorte reinventada viver na incerteza de que não há certezas, também
quando eclécticos, senão dedicar verdade à palavra alheia. É uma saudade de
procurar outros vocábulos.
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