Escrevo
sem conhecimento efectivo, embora, conheça um ou outro que vive de fazer rir.
Sem a causa que me permite debitar palavras mil sobre a capacidade de supor
conhecimento. É um caminho bravio, porventura, um misto de velocidade
incoerente. Ouvi, depois de um espectáculo, há uns tempos, um homem falar dos
operários do riso. Não me lembro das palavras ditas, senão da ideia que delas
me ficou. Uso, portanto, daqui em diante, as minhas palavras para encarrilar a
deturpada definição. A comédia tem contornos de quem faz beicinho. É um pedaço
de mau caminho. Perde-se nela e com ela, com tamanha facilidade, a cabeça. É
como uma dor que obriga a fazer o tal beicinho. Dizia o mesmo homem, que
comediante não é actor, tampouco, um actor seguro. Não rouba outra luz, apenas
o riso à vela. E, permiti-me pensar, o tempo repete-se. E discordar, o
fatalismo e cegueira de flexibilidade não gostam de plurais valências. Como um
qualquer adágio que dura e perdura num infinito que nunca chega ao fim.
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