Mesmo
quando vens lá de longe - Se vislumbrar os recados, vem de longe a minha
necessidade de me centrar em objectos. Em pontos de partida, uma roda que vem
da pausa desse escopo. Gira dele em diante. É amor pelo descanso da matéria.
Prefiro, se me é permitido, chamar-lhe encantamento, por ser o amor um terreno
de génio estouvado. Base melindrada mas capacitada para qualquer máquina, assim
é o cimento e o alcatrão que inventam um palco. Rua decorada e boémia. Não se
queixam as gentes, por não lhes resistirem. Às banquetas, cadeiras e sofá
encostados a uma parede lavada de arte do desvio. Um friso sem igual. O amarelo
fica-lhe bem, ao sofá. Senta-se a miúda que descarrila nas amizades de
circunstância. Senta-se como se fosse o seu destino. Tem os joelhos
melindrados. Descruza as pernas e leva os pés calçados ao assento. Sorrindo,
pergunta se temos um cigarro. Soa a resposta em uníssono. Despreocupada,
foge-lhe a mão para a mala e tira um cigarro. Arriscando, as pessoas procuram
os lugares.
Procuram os lugares, ou fogem à solidão?
ResponderEliminarPertinente.
excelente texto, como sempre.
Beijinhos
Nos Entas,
EliminarPertinente, também, é a tua questão. Decerto, há quem fuja da solidão quando não é suportável. Na altura, falámos disso, da necessidade de chamar para si a atenção. O motivo, se é que existe, é um mote. Uma tentativa, quiçá, de fugir à solidão.
Gostei, como habitualmente, do teu ponto de vista. Aliás, um excelente ponto de partida para longas e boas discussões.
Obrigado. Como sempre! :)
Beijinhos.
Até já!