5.2.15

Lente para socorro da vista.

Sem tempo, abrimos restrições. Quando ocupados, declinamos a regra geral. Não aceitei uma chamada, recusei responder a uma mensagem, depois outra. Ainda outra. Não dei o braço a torcer, não deixei de parte as convicções. Voltei a recusar uma chamada. As mensagens, sempre as mesmas. No telemóvel, no e-mail, até nas redes sociais. Cabeças quentes. Gente esta, de vontades oblíquas. Cabeças que latejam. Gente esta, de lembranças raras. Não é hábito o contorcionismo da ausência de resposta. Não faço. Não espero que façam. Excepção tão extraordinária. Um consenso. Como tantos. Devo, neste trajecto, ter torcido o braço, mordido a língua e batido com a cabeça numa parede. Tudo metafórico. A sério, risquei uma das lentes dos meus fiéis amigos de design. Os óculos. Nisto, decido responder. Nada justifica a lesão. Nada. Nem numa peça real, nem numa pessoa desleal.

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