Que
lamento, ouve-se de voz em voz. Que desgraça, este pé de água tão forte. Que
incerteza de escolher a roupa e a rua para seguir o caminho. Anda meio mundo
mais triste, com a saudade de um sol que é feliz. Chove como manda a lei. E
como pedem os que dela precisam. Os mais antigos pedem as águas com a fartura
da necessidade. Que preciosa a pinga que chega no momento certo. Cresce fresca
e viçosa, verdura gaiata e marafada. A chuva dá-lhe ganas de vencer. Os mais
velhos gostam da arrelia da chuva a desorientar as gentes que praguejam.
Gostam, outro tanto, por certo o tanto vencedor, de vê-la cair com tento, lavar
as terras com esperança e fazer, com tempo, crescer com a alegria do sustento.
Por isso, pedem que Deus lhes perdoe, se algum dia ouvirem um desnaturado pedir
que cesse. Vale a televisão que mostra as vidas arranjadinhas, as praias
bonitas, as roupas de alta-costura, o sol do paraíso. Ou, por seu turno,
inverteram-se os lugares da pirâmide. Contra mim falo. Escrevo. Que lamentar a
chuva que não dá tréguas, enquanto tomo café, pode ser uma perfeita pausa da
leitura repetidamente desarranjada.
As chuvas levam-me a alegria e a força...pareço um bicho movido pelo sol. Não tarda as chuvas passam e vem o sol abrasador e lá se irá ouvir as saudades da chuva. Este ano levei com poucas pingas...do mal o menos
ResponderEliminarEm abono da verdade, não fui vítima de muitos dias com chuva ininterrupta. Contudo, os poucos valeram pelos ausentes.
EliminarPessoa que não vive em constante insatisfação não serve tantos parâmetros. Vive outros e não escreve ;)