Vistoso
latejar - Querer saber do raspão que é a história de um país, o percurso de um
nome, a criatividade de um cartaz a preto e branco, tão bonito como se tivesse
roubado um filtro da rede social, e que permanece, tão misterioso como
sensacional. Tudo isto é querer saber de nós. Vale, por demais, a vida e os
dias, se nos valermos do amor alheio e das horas vazias. Fazer beicinho,
escutar fado, escolher azulejos e admirá-los em cada esquina, as alcofas que
são as sacolas da ida ao mercado. As hortas que crescem com tempo. Velozes os
testemunhos de quem abre a porta, escancarada, para contar vivências e
desmedidas convivências. Avisam-nos os velhos, avisam-se os novos. Supostos ensinamentos.
Adquirem, tão lentos, a informação. Cozem-se e assam-se as batatas-doces. Os
verdes vão ao lume leve. A cortiça heroína de voltas ao redor do mundo. O mar
que não tem defeito e oferece a água e o conduto. Agreste esquecimento
devoluto. Tudo isto é sinceridade. Tudo isto é conversa de quem passeia o corpo
pela cidade.
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