4.3.15

Bravo.

Aquele gajo compôs uma autêntica diversidade de boas notas. Aquele gajo é descomprometido com tudo, desde sempre. Conheci-o há alguns anos, algures numa adolescência que ganha um certo tom de vedetismo. As calças daquela marca, os ténis da outra, ainda os pólos com fartura. E ele nada. Desmarcava-se disso com uma pinta sem igual. Talvez, porque nessa altura não me agradavam os pólos e as camisas aos quadrados, demo-nos bem. Embora, as tenha vestido algumas vezes e de feitio torcido, tão contrariado. E devo ter sido beto. Ou arraçado disso. Mas não importava. Como não importa. Valia a cabeça e a construção das conversas. A música que já era tão presente. Ouvíamos o som da altura, mas que já era passado. Apresentou-me um sem número de nomes que ainda hoje trago na minha lista de preferências. Volto sempre a ouvi-las, em todas as vezes que não me esqueço. Reencontro-me com as suas sugestões musicais bem mais amiúde do que com ele. Uma pena descomunal. Vive entre Cascais e Londres. Toca como só um gajo como ele consegue. Tem composições incríveis. Algumas não saem de casa. Este gajo ainda vai ser reconhecido, porque o melhor já é. Sem qualquer adorno dispensável. Continua a ser aquele gajo descomprometido. Fiel. Dispensa, ainda hoje, as camisas engomadas, as calças marcadas e os ténis. Há gajos do caraças.

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