Os
dias já não se esgotam da mesma forma e compasso. Alguma vez os príncipes
haviam de ficar nos livros e os cavalos num bonito e verdejante pasto. Os
puzzles já não se guardam em caixas perdidas, os carros ganham nomes de coisas,
o inverno tem caprichos de petiz desavindo, os casacos de cabedal já vão ao jazz e o sushi é a linha da frente das
opções gastronómicas do cosmopolita informado. Aquela cantora nacional que o
mundo apelidava de pimba e, cujo tamanho do silicone, diziam ser inversamente proporcional
ao talento das canções é, agora, a diva terrestre. E, felizmente, ficam as
marionetas, que vivem felizes e contentes entre as linhas do domador e a
alegria de quem as vê com vida. Gritaram por mim. Chamaram-me para a varanda do
primeiro andar. Vem cá, anda ver. Sucumbi. Douta ignorância. Fotografei as nuvens.
Ironia do sarcasmo, fotografei as nuvens no céu. Voltei a vergar. Postei no
instante. Terminam, num remate sorridente – As coisas simples da vida são boas.
– Ainda vão amolecer e deturpar as minhas teorias da origem.
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