6.5.15

Quando for grande.

Não foi jornalista, embora, seja formado precisamente nessa área, por implicação do destino. Na verdade, não tem carteira de jornalista, porque nunca exerceu nem em tempo algum fez questão de exercer. Acho mesmo que ele acredita no destino e na necessidade de se moldar. De desenhar a mente e o corpo em concordância. Não sei como é que ele faz, mas fá-lo com maestria. Tem mostrado simpatia entre a mente que nunca sossega e o corpo que nunca tem tempo para parar. Parece estranho, mas começa a fazer algum sentido, assim que conhecemos alguém como ele. Nunca o vi apaixonado pelo jornalismo, mas gastava de letras. Fomos para ciências pela abrangência e, naquela altura, pela necessidade de cortar caminho. Contudo, tínhamos tudo bem delineado. Algumas coisas aconteceram, outras nem por isso. Suportando-me nas suas teses, foi o destino. Como deve ter sido essa combinação de circunstâncias que não fogem ao fado nacional, que o levaram a viver fora de Portugal. Mais um amigo que vê o nosso país como berço, mas tem o mundo inteiro como casa e vida. Falamos este fim-de-semana, depois de quase um ano sem trocarmos uma palavra. É um cliché, e aborrece-me vê-lo assim, mas é a verdade. Amigos há que nunca deixam perder a proximidade e o à-vontade. Conversamos como dantes. Esteve no oriente. Agora numa Europa com sabor, que no sul tudo é fervor. Mas já tem bilhete para terras de sua majestade. Volta no verão, na força do tempo e das esplanadas que deixam colocar a prosa em dia, beber com qualidade e ver gente a passar. Obrigou-me a estar por cá nessa altura. Um café, um jantar. Às vezes, quando falo com ele, ameaço acreditar no destino. Vindo dele, tenho a certeza, vou ter um ou mais jantares algures no verão.

5 comentários:

  1. Acredito que terás muitos jantares!!
    Pelo que leio de ti e pela forma como sempre falas das amizades, como as preservas, como são importantes para ti, tenho a certeza que és um BOM AMIGO!!!
    e isso, não há distância que perturbe!!
    E eu que o diga... aqui deste lado do ecrã ;)
    Beijinhos Real

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    1. Nos Entas,
      Arrisco-me a ser um tipo repetitivo, mas as tuas palavras são de uma simpatia extraordinária, por isso, uma vez mais, obrigado por voltares sempre e por deixares essas palavras. Obrigado.
      É uma troca entre gente boa. Só aprendo com ele e com o que ele guarda para contar.
      Desse lado do ecrã, mas muito boa conversadora e sempre de palavra pronta. Gosto disso, já sabes.
      Beijinhos.
      Até já!

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  2. 'obrigar-se' a ficar por cá para não perder uns jantares com um amigo é de louvar, sim senhor. :p

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    1. Mam'Zelle Moustache,
      Obrigado. Gostei e fez-me rir.
      Não é totalmente displicente, devo confessar, porque o tipo que vem cá merece a minha companhia e tem histórias para contar que nunca mais chegam ao fim. Como lhe disse a ele, numa das muitas respostas, quero ouvir, se possível, 0,1% do que tem para contar.
      :)

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    2. Ainda bem. A Mam'Zelle anda por cá, essencialmente, para isso: fazer rir e sorrir.
      Por isso mesmo, não precisas agradecer.
      ;)

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