Virente memorizar - Rabiscar a parede como se fosse uma tela.
Permitir carburar as ideias, burilar sobre o branco limpo, o que se lhe assoma
no intelecto. Desde que me lembro, guarda-a para o efeito. Ora desenha com o
traço fincado, ora risca com o desmérito que promove. Ambas resultam numa obra
digna daquela exposição. O talento jorra-lhe das mãos, dedica-se nas horas
desocupadas e São Francisco, não tão longe, é a razão. Coloca música para
guardar o ambiente, boa música no caso. Não é de hoje que o talento é ocasião
para a reunião, que já não esqueço as horas ininterruptas que lhe oferecemos.
Logo jovens adultos, numa inconstante procura e numa vontade com constância.
Espargimos sobre a época todas as nossas capacidades. Com todas as certezas,
despendemos largas horas às tertúlias fecundas e às sem ornatos também. À viola
do mestre e ao olho atrevido para a fotografia. À prosa escorreita e à poesia
que roborizava e deslustrava. Às cartas e aos jogos que instigavam a fuga à
denúncia do olhar. Um armazém de pendulares memórias. Ali, verticais, à espera
de quem passa. Porque há algum tempo que não coloco a vista em cima, mandou-me,
ontem ao final da tarde, imagens de mais um pormenor. Rabiscar a parede como se
fosse uma tela é aumentar o préstimo do que nos rodeia. É aconselhar a percepção
intelectual. E deles, retirar o melhor.
Tão bom! Ter paredes cheias de rabiscos cheios de emoção, amizade, companheirismo 😊
ResponderEliminarBeijos!!
Entas,
EliminarQue grande visita! ;)
Melhor ainda o regresso.
É verdade, enumeraste o fundamental: a emoção, a amizade e o companheirismo. Não há volta a dar, são pilares de qualquer relação. Depois, voltar àquele espaço e ter pedaços do que vivemos expostos numa parede, não tem léxico que justifique. :)
Um beijo.
Até já!
E que seja um regresso duradouro. :)