10.9.14

Emmeio.

De sobra, a incompreensão da embaraçada e agitada previsão do cansaço dos fenómenos atmosféricos. Liberta-nos, por seu turno, o plural e bravio pensamento. O imprevisto dança com os compromissos. Joga com a sedução. Combina com a inveja da monotonia. O barulho da chuva, tão compassado. Aquele som, a chuva é uma pintura para os ouvidos. Complementa a vista. O ver-te dançar sob as pingas. Reforça o cheiro. Sentir o teu perfume tão característico. Potencia o toque. A pele molhada ganha outra textura e toque. Convida o instinto. De longe, a timidez. De novo, lembro-me desse convite. Esta cidade, noutros tempos, era a proa de sentimentos. De tanta vida que não tinha fim. Virtude de um boémio que, inelutável, guarda os momentos.

2 comentários:

  1. Há sítios que nos lembram pessoas, há cheiros que carregam memórias, tão sinceras quanto precisas. Foi o que este texto me trouxe. E obrigada por isso. Um beijo*

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  2. Raquel,
    Agradeço, sem fim, as tuas palavras. Somente, porque no agradecimento nunca nos repetimos.
    Na verdade, o quotidiano não nos permite lembrar como somos muito do que nos envolve. Depois, surgem com propósito. Faz-nos, então, todo o sentido. Os lugares e as pessoas são fundamentais. Mesmo que evoluam. E se mantenham, apenas, como lembranças. Um beijo! :)

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