23.1.14

Até já, então.

Diariamente, ignoramos as palavras. Debitamo-las sem justificados pensamentos. Roubamos-lhes valor. Não digas adeus, sob pena de pareceres definitivo. Fica-te por um até depois ou por um básico, mas atraente e desconcertante, até já. Na ocasião em que o melhor que se partilhou, se finda, é importante semear um regresso. Da pessoa que nos é grata. Tal a sua dimensão e importância. Posto isto, o aeroporto é um terreno maninho, disfarçado de um ingénuo e multiplicado jardim exótico. Será o segundo, por razão do regresso. Nas partidas, ver o outro corpo afastar-se, não é conforto. Torna-se efectiva, a ausência marcada. É um cruel até já. Porque, ao sabermos isso, esperamos um retorno. O retorno. Sempre já. Mesmo que seja até lá. Seja o nosso já. Habituei-me à expressão, por via dela. Por ela. Até já, então.

4 comentários:

  1. O aeroporto é apenas um caminho, de ida e volta! logo há sempre um regresso implícito... e ao que me parece a vossa partilha é além da presença fisica e diária.
    Não é fácil...sabemos-lo bem....mas não é finito....
    Beijinhos e Até já :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O aeroporto ou outro ponto de partidas e chegadas acaba por ser simbólico da ausência de quem gostamos. Porque é nele que os vemos partir, porque é nele que esperamos, ansiosos, a chegada.
      Deve ser o espírito sugestionado de ver, por vezes, as partidas e chegadas de quem não conheço. Onde sobressaem as lágrimas e beijos. Onde chamam a atenção os braços abertos e os cumprimentos.
      Beijinhos.
      Até já! :)

      Eliminar
    2. Verdade!! eu já estive do lado de quem parte e regressa... e é tal como dizes...
      Mas o regresso traz na bagagem....o excesso pelo défice de tempo...
      Haja vontade e sentimento forte que suporte! e parece-me bem que isso não falta!
      Beijinhos Real

      Eliminar
    3. Precisamente :)
      São males que vêm por bem.
      Não há o que não tenha resolução, assim queiramos.
      Beijinhos

      Eliminar