A
janela fica sempre a descoberto. Não cerra as portadas, porque lhe roubam mais
sol do que o pretendido. Não usa cortinas porque desmaiam a luz. O despertador,
contava-me, toca sempre no momento mais inoportuno. No instante contado em que
o melhor da metamorfose acontece. Em que, estendido na cama de todos os dias,
avesso na postura, o corpo cede tempo. Eleva-se-lhe, disse-me tal e qual assim,
eleva-se-lhe o espírito e entra numa zona possessa, rítmica, desconstruída, sexuada,
pujante e descontraída. Sem artimanhas banais. É possível. Acontecem-lhe, com
frequência, os sonhos que lhe excitam a mente e o corpo. E nem precisa de sexo
ficcionado no cardápio. Reduzir excitação e prazer ao sexo teórico, não
compensa. É travestir. E, tudo volvido e vivido, são horas de levantar. Guardou
a memória. Mas não esquece. Não consegue esquecer que, até no sonho, ficou pela
metade. Entendes, perguntava-me enquanto o açúcar fugia-lhe das mãos, antes de
envolver e casar com o café. Vou-me embora.
é tão verdade...
ResponderEliminareu não sonho muito...ou raramente me recordo quando acontece...
mas já me aconteceu ser acordada a meio de sonhos, uns bons aos quais não consigo retomar o "gosto"...aos maus até agradeço a melodia que me acorda todos os dias ;)
E viver...não é tantas vezes sonhar...acordado??
Beijinhosssss :))
Entas,
ResponderEliminarÉ, não é? Ele disse-me isto usando-se do mais sincero dos discursos.
Viver é permitirmo-nos sonhar com o que quisermos, quando quisermos. Sem recear seja o que for ou quem for.
Há sonhos e sonhos. Uns agradecemos o despertar antes do final ;)
Beijinhos.
Até já!