27.3.14

Dar e possuir vida.

Presta atenção ao que te digo. Esse vaivém em que ficas quando visitas o que alguém expõe, não acrescenta nada de novo à tua interpretação das telas. Complica-te, desde logo, as ideias, depois as sensações e os sentimentos que possas, porventura, adquirir enquanto desfocas o olhar e a atenção, quando pretendes o inverso. É bem mais difícil conheceres a raiz e a matriz deste autor. Nem te apercebes dos tons, das texturas, no fundo, dos materiais, da obra. Puxa uma cadeira, encosta-a à parede ou coloca-a no centro da sala. E, então sossegado, permite-te admirar. Não há cadeiras? Claro que não. O espaço é, propositadamente, clean e destaca a obra. Não há cadeiras? Bem sabemos que não. Distancia-te do vaivém em que ficas quando visitas a manifestação da produção intelectual de alguém. E aproveita. Puxa da imaginação. E, se preciso for, senta-te na cadeira composta pela criação, no chão. Em frente, o tal objecto artístico. Aproveita o privilégio de habilitar o conhecimento.

2 comentários:

  1. Assim é com o Ser humano também...ou seria disso mesmo que falavas? ;)
    um olhar cuidadoso para além do óbvio...para além do detalhe provido pelo próprio....alcançar o que o nosso olhar e intuição nos permite...
    Digo eu...que nada percebo de arte :)
    Beijinhos Real!!

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  2. Nos Entas,
    Precisamente. Embora, a base sejam os olhares e os tempos que oferecemos à arte (ou que deveríamos oferecer), não quis deixar de colocar esse traço. A comparação é inevitável.
    O óbvio é, porventura, o menos despido.
    Também não sou o mais entendido na matéria. Não sou, mas aprecio :)
    Beijinhos.
    Até já!

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