10.3.14

Gaveta de expressões.

Guardo do ano passado, uma imagem que para mim, foi a Moda Lisboa. Este ano, não tenho ideia do movimento e do trajecto dos nomes expostos. Dos desfiles e da arquitectura. Bem sei, devo manter a ressalva de que não sou o mais versado na área, mas vêem-se expressões. Não fui, nem passei perto do Pátio da Galé. Não estou em Lisboa, como se vem fazendo rotina. E terminou ontem. Uma amiga teve convite. Guardou-o e, soube há instantes, esqueceu-se que o tinha, desligou as datas. Não foi. Fica obrigada agora a guardá-lo na gaveta dos problemas de expressão. Com alfazema ao lado. Mas, Moda Lisboa para mim, pelo menos, no ano transacto, é a imagem daquela mulher à entrada, vestida para sair, atarefada entre a mala ao ombro, o relógio e as pulseiras num balanço, a mão esquerda no cabelo à solta, a máquina fotográfica a pender-lhe da mão direita, as revistas e o caderno a balançarem-lhe presos pelo braço. O sorriso rasgado. Vestida de forma elegante e descontraída. A jovem mulher conseguiu a proeza. Numa montra de momentos em que cada um sente o que quer. E admito, não merece a pena que me perguntem quem passou o quê. Guardo, somente, esta imagem. Aquela moça mulher, tal como a descrevi, com a montra da Moda Lisboa lá atrás. E foi muito giro.

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