Ao
fundo, o rio e o casario. Tudo importa. As coincidências, entre a opinião de
autores e de perfeitos anónimos tomando-lhes as palavras e/ou os títulos, não
existem. Assim seja. Seja assim, para quem nunca teve a sensação irrefutável de
vivenciar situações que, faltando-nos o vocabulário e as emoções certas, nos
parecem autênticas coincidências. Ou serão, antes, certezas de um destino
traçado, que recusamos aceitar? As questões multiplicam-se, por força do tempo
que dispensamos naquilo que tantos apelidam de miudezas. Roubamos sem cabermos
no acto. Apropriamo-nos de emoções e certezas. Havemos, em instantes, de lhes
bebericar as dúvidas. O imperfeito que, inconstante, nos eleva na dinâmica do
voluptuoso risco de inovar, aproveitar. Mas, falava eu de coincidências. Não as
sei reais, mas também não as vejo impossíveis. Os sonhadores querem-nas por
inteiro, consequentes. Os descrentes não lhes cedem paciência. Não há rectas.
Assuntos há, em que a regra é não ter regras. Pois, bem sabemos, não é de
poesia ou de prosa que falamos. Coincidência ou não, depois de iniciar uma nova
fase, um novo projecto a ultrapassar o papel, eis que num banco de jardim,
algures entre o rio e o casario pintalgado, uma pessoa vira-se para nós e, num
francês perfeito, nos toca, em parte, no assunto que nos ocupa. No projecto que
viaja por nós, pelas nossas cabeças. Não há coincidências, ouve-se e lê-se por
aí. Há, então, certezas de que, em sintonia, nos acertam no canal.
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