11.3.14

O comando que funciona num jardim da cidade.

Ao fundo, o rio e o casario. Tudo importa. As coincidências, entre a opinião de autores e de perfeitos anónimos tomando-lhes as palavras e/ou os títulos, não existem. Assim seja. Seja assim, para quem nunca teve a sensação irrefutável de vivenciar situações que, faltando-nos o vocabulário e as emoções certas, nos parecem autênticas coincidências. Ou serão, antes, certezas de um destino traçado, que recusamos aceitar? As questões multiplicam-se, por força do tempo que dispensamos naquilo que tantos apelidam de miudezas. Roubamos sem cabermos no acto. Apropriamo-nos de emoções e certezas. Havemos, em instantes, de lhes bebericar as dúvidas. O imperfeito que, inconstante, nos eleva na dinâmica do voluptuoso risco de inovar, aproveitar. Mas, falava eu de coincidências. Não as sei reais, mas também não as vejo impossíveis. Os sonhadores querem-nas por inteiro, consequentes. Os descrentes não lhes cedem paciência. Não há rectas. Assuntos há, em que a regra é não ter regras. Pois, bem sabemos, não é de poesia ou de prosa que falamos. Coincidência ou não, depois de iniciar uma nova fase, um novo projecto a ultrapassar o papel, eis que num banco de jardim, algures entre o rio e o casario pintalgado, uma pessoa vira-se para nós e, num francês perfeito, nos toca, em parte, no assunto que nos ocupa. No projecto que viaja por nós, pelas nossas cabeças. Não há coincidências, ouve-se e lê-se por aí. Há, então, certezas de que, em sintonia, nos acertam no canal.

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