Sente-se
o pulsar do movimento novo, o burburinhar de quem se aproxima, os corpos bem
tratados e de rigorosas farpelas. Os sons dos carros que cessam ao estacionar,
logo na entrada da rua estreita. O prédio é alto, rústico e passa-nos a mão
pelo cabelo, em jeito de boas-vindas. É datado, coberto de azulejos verdes e trabalhados,
ao invés da tinta ou da cal, tão caracterísitica de algumas regiões, que se
repete pelas paredes deste país. O prédio sustenta-se, pelas diversas ocasiões.
Reinventa-se em cada evento e atrevimento. Dinamiza-se e oferece a tal mão,
logo à entrada. Por falar em entrada, assim que cheguei, antes de entrar,
soou-me um sopro. Soou-me, à distância, um saxofone. Jamais me atrevi, sequer,
tocar-lhe. Quanto mais, ousar tocá-lo. Diz quem entende, que as notas diferem
do som. Não sei, senão do que ouvi dizer. Talvez seja um disparate tremendo.
Mas, depois do átrio principal, lá estava um jovem rapaz, de ar de quem não tem
compromisso, sobre uma carpete garrida, a dar tom à cidade. A oferecer talento
à cidade numa emissão inócua. O rapaz, de pé, o saxofone a soar e o
amplificador ao lado. Super minimalista, como complexo. Assim é o espectáculo
que é ter tempo e disposição para sossegar e escutar música. Mesmo que à nossa
volta, se vista de festa e gente o salão nobre.
Li e fiquei com a sensação que tinha caminhado uma das ruas que faço diariamente, entre a confusão e os prédios há sempre aquele som de fundo que nos faz sorrir quando se torna parte da vista...era bom ter tempo para apreciar por vezes o que rodeia
ResponderEliminarNada,
ResponderEliminarContra mim falo. As vezes em que sossego para apreciar o que me rodeia, serão sempre substancialmente menores, do que as que desejaria. Mas, à excepção, consigo fazê-lo, de quando em vez. É que passar e seguir é tão diferente de passar, aperceber, sentir e, por fim, seguir. É um treino :)