Ainda
a fotografia. O tempo deseja, com frequência, pregar partidas. O céu tapado, a
neblina a tomar conta de tudo. Os verdes ao redor, estão molhados. Não está
frio, mas sente-se o ar. A taça que carrega os cereais atabalhoadamente
misturados com o iogurte e a fruta, embora, colorido e agradávelmente
apetitoso, disfarçam a hora de começar mais um dia. É precoce o horário. Marcámos
para as cinco horas. Cinco horas da manhã e alguns minutos. Antes, parece-me sempre
tão plausível. No momento, praguejo, desejando não mais me comprometer. O meu
amigo ficou de me apanhar. Vamos fotografar, como outras vezes. Carregamos o
material, meio sem norte, e vamos à procura da tal sensibilidade. Vamos até, ver
se essa sensibilidade é intrínseca ou floresce de quando em vez. Procuramos, no
meio disto, encontrar o nascer do sol. A luz e o enquadramento. Uma vez mais,
testamos não mais do que o senso para a fotografia. E, quando a manhã já se
aproximava da procura pela hora do almoço, encontramos um senhor, de mãos nos
bolsos, numa caminhada sossegada, no sentido contrário ao nosso. Viramos à
esquerda, queriamos aproveitar aquele ponto. E, quando reparamos, o senhor
estava junto a nós. E ensinou-nos tanto. Conto depois. Vale a pena, garanto.
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