Estive
tentado. Deixei-me tentar. Poucas são as coisas que me atentam o espírito.
Poucas, e falo em bens acessórios. Menores. Desinveste a escala. São, então,
poucos os que me remexem a alma. Que me atiçam a vontade e a necessidade de consumo.
Mas, evidentemente, vivemos de quebrar regras, vivemos de excepções. Este fim
de semana aconteceu. Empolguei os ânimos numa procura pelos ténis perfeitos.
Online. Para um homem, há acessórios que importam. Que impõem a diferença. Que
te fazem. Os ténis, que os tenho num fartote, são parte da excelência na
pronuncia do calçar. Atentemos no pouco explícito adjectivo. Pesa, no fim,
nunca serem suficientes. Falta sempre o modelo. O próximo. Mesmo que calce
sapatos, botins ou botas. Os ténis são a excepção. A melhor excepção e
selecção. E eu assumo, agarrei-me sempre à desconjunção do perfil. Mesmo que
guardem uma das marcas da moda. Que também as uso. Mas, evitem dizer a um homem
que esgotou a percentagem do risório. Não é improviso. É um facto. E eu, no
passado fim de semana, perdi-me no mais secundário dos centros comerciais, mas
o mais jogado, a internet. E encontrei, tal como adivinhava instantes antes, o
próximo par. O próximo par de ténis perfeitos. Contudo, o karma não perde e
alguém decidiu beliscar-me a tentação e dizer o que, jamais, se havia permitir.
“Já tens os pares suficientes. Arriscas-te a humilhar a patologia”. E anuí.
Lamentei, mas fi-lo. Nunca são os suficientes. Nunca temos todos os que nos
faltam. Nunca temos aquele par de ténis. Não entendem. Mas é importância maior.
Falta sempre aquele par de ténis...como te compreendo...
ResponderEliminarNada,
ResponderEliminarFico sempre reconfortado quando encontro reciprocidade por parte de alguém. No que diz respeito aos ténis, bem mais. Obrigado :)