Começo
pela incerteza. Pela ausência de respostas. Pelo facto de que não existem argumentos
para ceder refutação, seja qual for. Seja fiel ou fictícia. Princípio, como
indica, de impulso, sem me segurar numa explicação qualquer daquelas que, de
tão óbvias, esquecemos que têm uma razão de ser. Não tenho nada, senão a
lembrança reproduzida. Recuando, por estes dias, venho ouvindo com frequência esta música. A razão não releva importância. Ainda assim, voltando a ouvi-la, a
imagem é a de um verão passado. Junto à praia, numa das festas típicas da
época, onde só entram os convites. A piscina ao centro, os dois pontos de bar a
ladear o recinto, a pista de dança, as mesas lá ao fundo, a decoração característica,
o DJ a passar as batidas da década escolhida. Ao balcão, descansando o cotovelo
esquerdo, estava a rapariga que, de sorriso rasgado e sardas, chamava a atenção,
por tudo, menos pelo óbvio. O cabelo comprido, castanho escuro, à solta. Um
chapéu arrojado na cabeça. Um top de alças com bolas várias, uns calções curtos
da cor do chapéu. Tinha um olhar tímido, um ar discreto, embora, não surtisse
efeito. Perto dela, perguntou-me o nome. Respondi-lhe. E rimo-nos os dois.
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