5.5.14

Sem alteração inesperada.

Não é novidade. Acredito nas viagens que fazemos com as marcas da alma, conduzidos por uma qualquer criatividade quente e palpitante no desejo de nunca escassear e pelo convite de um indutor simples. Gosto de livros. Gosto bastante de livros. Gosto, talvez numa luta de proximidade, de ver para lá do instinto. De observar e olhar o que se faz à minha volta. Aprecio reparar na arquitectura particular, de tomar atenção nas construções banais ou de ficar a recordar dos prédios em desfeito abandono. Uma parte dos meus amigos, não negam, gostam de parar para ver passar. Não sei se é opinião de muitos. Mas, a nós, faz-nos felizes. Sossegar e relatar, em silêncio, as palavras que criamos em resposta às imagens sucessivas. Nunca pára. Há de modo infindável, movimento. As pessoas que passam, a quem lhes desenhamos traços de personalidade. As janelas que escondem vidas. Tudo. No entanto, volto sempre aos livros. Gabo sempre as bibliotecas. Tenho-me distanciado, por negligência. Volto às palavras escritas, quietas. Daquelas que dá para partilhar vezes sem conta. Não ficam, somente, em nós. Devemos sempre regressar-lhes e partilhar. Uma das imagens que guardo junta o livro, as pessoas e a pausa para ver. O cenário é limpo. Claro nos tons, requintado na decoração. Duas poltronas e escolhemos o sofá do lado, que nos recebe bem mais juntos. Segurando o livro, segredávamos a história. A experiência de partilhar um livro. Não é novidade que junta pessoas.

2 comentários:

  1. Um livro junta pessoas, por nos contar histórias que sabemos serem partilhadas. E tudo o que é bom merece partilha :)

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  2. Precisamente. Encontro, entre outros, esse encanto nos livros. Da capacidade de transportar histórias por quem se disponibilizar a experimentá-las. O melhor deve sempre ser partilhado :)

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