Sob
um calor que pesa, numa esplanada de pessoas a conviver. Aquele top de cor
atraente e envolvente como uma chama bamboleante, naquele corpo que tem na pele
a cor do bronze, chama a atenção. Ambos, o top, logo de seguida, o corpo. Entre
nós, não há fumadores. A tempo inteiro, por ora. Pede-lhe um cigarro, apenas
porque quer saber os seus hábitos e ouvir a sua voz sem que, por qualquer
instante, ceda à fraqueza de lhe perguntar o que lhe interessa. Mudam as
regras, neste jogo de fogo e água. Deste jogo do apanha e foge. Do chega e segue.
Aumenta o som e a desenvoltura com que tantos de nós, deliberadamente, expõem a
sua íntimidade. Na forma descompensada como muitos de nós se entrega sem que
lhes perguntem. No jeito fácil e frágil em que se tornou a exposição do que nos
deve ser mais intrínseco e profundo. Neste vício de criar relações. Um espécie
de paródia mal sucessida, que envergonha a obra que está a ser imitada.
Esqueçemo-nos do tempo de falar. Esqueçemo-nos da palavra. Inventam-se e
compõem-se subterfúgios para chegar mais perto e mais depressa. Mudam-se os
tempos, mudam-se as verdades. E esquecemo-nos das reais raridades. Fugiu-nos a
discrição, chegou-nos a copiosa exposição.
Mudam-se os tempos e mudam-se realmente as vontades. Sei que tenho andado desaparecida e calada, mas não deixo de ler o que escreves. Desculpa-me se não consigo pô-lo em palavras! Um beijo enorme*
ResponderEliminarHabituamo-nos a tomar de ouvido essa expressão e, com o avançar das vivências e experiências, apercebemo-nos e deciframos o seu fundo verdadeiro. Mudar ultrapassa o reorganizar.
ResponderEliminarRaquel, aprecio o tempo de cada um, aprecio igualmente as tuas visitas e palavras sempre apropriadas e inteligentes. Não há o que desculpar. Volta e opina sempre que te for possível. Um beijo :)*