6.8.14

A minha pátria num muro exterior.

 
Escrevi na imagem acima, a frase de um povo. Conhecida como quem não se cansa. Sabida na ponta da língua por quem não se recusa a ler e a entender. Nas entrelinhas. Nas linhas corridas, de pontuação a decorar. Num torneio arredondado de pensamentos entrelaçados com emoções e valentes composições. De ideias, entenda-se. Lamento-me sempre. A minha desajustada coerência e, se quisermos, o meu equilíbrio bambo. No epicentro da decisão, escolho não carregar uma máquina. Tão especial objecto. Uma oportunidade brava. O telemóvel não me serve, quando ganho outras ideias. Mas, neste verão à pressão, estava feita em grafítis, a expressão. A rua movimentada, pareceu-me, não prestou atenção. Qual carimbo numa parede de branco a desfazer. Letras negras. Fernando Pessoa, nacionalista de crença contemplativa, ali. Tão cru. Em bruto. A fonte escolhida para letra. Os tons sem especial atenção. Uma pátria que lhe ganha as formas. Salve-se a cultura. A língua. Ironia, a verdade desenhada numa parede portuguesa.

2 comentários:

  1. Tudo isso é inevitavelmente verdade. A ironia é o estilo de um povo, de língua afiada e bem portuguesa. Pena que não conseguiste tirar a fotografia que querias, mas as memórias importantes ficam sempre gravadas. A ferros. :)

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  2. Raquel,
    Precisamente. Eu vivo dessas incoerências. A vontade de tudo guardar, de levar comigo algo que grave melhor do que um telemóvel. Por seu turno, venho-me habituando à mais simples e irrefutável forma de guardar, a visão. Posteriormente, a memória. E nessa, tens toda a razão, os ferros têm ganas :)

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