18.8.14

Ensaio sobre a noção de lugar.

Começo, por vez, por guardar a merecida ressalva. Não gosto de generalizações e, em tempos, disse-lhe, tão petiz – não importa mesmo a quem – em resposta àquela voz arrepiada, que são perigosas. As generalizações, tão vizinhas da vulgarização. Porventura, tê-lo-ei ouvido ou lido num dos sem número livros que guardámos lá em casa. Há desassossego por cada canto. Há pressa de quem não espera em cada divisão, em cada estrada e em cada localidade. Há sol a brincar, ninguém quer desperdiçar. A elegância foge dos pés. O requinte perde-se na formulação conseguida naquele minuto, no exacto e impertinente segundo em que a voz ganha fervor, desajuste que não combina com a simplicidade de viver o descanso. A tendência de olhar para o calçado de alguém num rasgado primeiro momento é um impulso como outro. Por esta altura, talvez se faça como resposta uma valente e impetuosa alegoria. Levantam-se falsos testemunhos. Por tudo, por nada. Mesmo que se comece por baixo. Sem a aflição de chegar ao topo. Mesmo que não passe de uma fingida jornada.

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