17.9.14

Apontamentos de outros tempos.

Lembro-me de ler, ainda petiz, algures num livro de desfasada atenção para a tenra idade, que o amor era pertença dos adultos, por serem precisas armas para o fortalecer e, acima de tudo, entender. O autor havia de ser lido por um número sem fim de fiéis a este sentimento.  Afinal, é conversa de quem se assume um perdido nesta arte. Dos outros também se ouve, muda a postura, passa a inquiridor. Falar sobre o amor é sobrenatural. Todavia, fala-se de amor em cada canto. Persistindo, contudo, que o amor seja um desenrolar de audições mal conseguidas. Se partirmos do ponto primeiro. Pode, por seu turno, ser a mais proveitosa e fiel audição. O descarrilamento vem depois. Escrevo sobre isto depois de falar com um amigo. E de ouvir relatos de uma amiga. Ele, feliz numa audição que muitos ditaram amaldiçoada. Ela, nos escombros de uma relação que prometia o melhor dos desfechos. Falar de amor não cansa, só pode ser essa a justificação. Porque não cansa discutir a humanidade, os seus inevitáveis destinos e os sinais do que lhe é intrínseco. Aos dois, a maior e melhor das sortes. Atenção, não escrevas tudo o que lês. Ou vês.

2 comentários:

  1. Diria mais: falar de amor é para os grandes (adultos), sentir o amor é só de crianças. :)

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  2. Raquel,
    O resumo perfeito. Posto isto, restar-nos-á, assim seja possível, colocar em prática. Um beijo :)

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