O
tempo tem espaço, corpo e difere do dia para a noite. É uma maré cheia na Praia
da Rocha, um pôr-do-sol na Manta Rota, um vendaval da Costa Norte de um outro
Portugal, a fama da Meia Praia. O tempo é das pessoas. Mesmo que nos centremos
nos minutos que escapam. Seja das Amoreiras ao Chiado. De Alfama à Graça. O
Cais do Sodré é a roupa de quem no defeito do tempo, procura as escadinhas de
espuma de uma Lisboa que pode ser o leme. E é tão castiço. Da mesma que veste, liberta
e valente, de adornos vários e dourado. O pensamento vive profundamente ligado
ao tempo a passar. Como lembrar que somos do tempo em que o comércio era,
inevitavelmente, rua. Depois, o tempo lembra que viver é coordenar vontades.
Como o Bairro Alto desenhado de gente, de lotaria em cada passo. Voltas e mais
voltas. Sabes que sentir é ter tempo. Mesmo que supere uma imponente fachada da
mais falada estação.
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