A
discrição é um facto que se recusa a deixar partir. É a velocidade de um feitio
que ganha contornos de mãos que jogam com a vergonha de expor mais do que
merece importância. A vergonha, palavra que desvenda sensações e incoerências
que dão voltas num monociclo que pensa como gente e obriga a condução de
acrobata gingão. Mas ultrapassa a vergonha. É um feitio que está inscrito
algures. E atrai esse contexto em que não é defeito, senão feitio. O equilíbrio
de um físico que se sustenta nuns saltos altos ou nuns rasos que nada roubam,
na elegância de um corpo que não procura revelação, antes convicção. É igual ao
que sente. As palavras nunca chegam ao fim, nem deseja fechar os olhos. Gosta
de ter tempo e viver numa conversa que tem um sem fim de segundos. O afecto que
partilha, sem obrigação, assenta-lhe na essência que impõe em cada relação.
Efectiva ou de situação. A discrição, conheço-a de outros tempos. Agora, é
infinita a vontade de que a partilha com a proprietária desta discrição e conversa
que me prende a atenção, jamais chegue ao fim. Escrevi, acredita, sem receio de
me esquecer. Escrevi, podes acreditar, para voltar sempre. E acrescentar.
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