De
sobra, a incompreensão da embaraçada e agitada previsão do cansaço dos
fenómenos atmosféricos. Liberta-nos, por seu turno, o plural e bravio
pensamento. O imprevisto dança com os compromissos. Joga com a sedução. Combina
com a inveja da monotonia. O barulho da chuva, tão compassado. Aquele som, a
chuva é uma pintura para os ouvidos. Complementa a vista. O ver-te dançar sob
as pingas. Reforça o cheiro. Sentir o teu perfume tão característico. Potencia
o toque. A pele molhada ganha outra textura e toque. Convida o instinto. De
longe, a timidez. De novo, lembro-me desse convite. Esta cidade, noutros
tempos, era a proa de sentimentos. De tanta vida que não tinha fim. Virtude de
um boémio que, inelutável, guarda os momentos.
Há sítios que nos lembram pessoas, há cheiros que carregam memórias, tão sinceras quanto precisas. Foi o que este texto me trouxe. E obrigada por isso. Um beijo*
ResponderEliminarRaquel,
ResponderEliminarAgradeço, sem fim, as tuas palavras. Somente, porque no agradecimento nunca nos repetimos.
Na verdade, o quotidiano não nos permite lembrar como somos muito do que nos envolve. Depois, surgem com propósito. Faz-nos, então, todo o sentido. Os lugares e as pessoas são fundamentais. Mesmo que evoluam. E se mantenham, apenas, como lembranças. Um beijo! :)