Volta
as costas para a janela, entreaberta e de cortina a vibrar. Nasce uma silhueta
sentada numa secretária de madeira. A divina postura e o divertido balanço de
cores com que joga o sol. De um papel de medidas certas, cor forte. Verão num
quadrado. Sol na luz e granulado da folha. Desenha um cisne com a coerência,
sensatez e simplicidade de quem não pensa. Faz. Como se a candura de não ligar
acções e pensamentos fosse um dado adquirido. A sala ganha tons e sombras. Este
bocado de papel é um recorte de alguém. O verão é, senão outras definições, um
pedaço. De alguém. De quem e a quem importa.
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