13.10.14

Molhado e com um certo brilho.

Fala-se de educação, dos tipos de educação. Os pais que conheço lêem até ao sufoco. No final, voltam a questionar tudo e todos. O excesso consome as gentes. A míngua rouba oportunidades. A infância alimenta-se do que lhe dão. A minha foi cheia e feliz. Reproduzem-se, contudo, actos, factos e misturam-se ensinamentos. Por demais quando a redoma é vigorosa. Sinceramente, por mais que esforce, não consigo lembrar-me da última vez que andei à chuva. É pertinente. Questionável. Até à semana passada. Involuntariamente tive de me fazer ao caminho, sob a chuva copiosa. Juntamente com quem me acompanhava. Andar sob as pingas grossas passa rápido e dá vontade de rir. Mesmo que chegues ao destino tão molhado que desejes, somente, praguejar sem fim. Andar sob a chuva é daquelas coisas que cedo levam para longe de nós. Depois experimentamos e percebemos o que está guardado. Escrevo isto, devo assumir, para voltar a ler já de seguida, e em todas as vezes que lhe sigam, quando tiver de atravessar a porta e esforçar-me por passar por entre os pingos da chuva.

2 comentários:

  1. Eu própria já pensei em deixar de escrever sobre educação, sobre pais e sobre filhos, por achar que se escreve demais e que se vive de menos. Tenho pena que assim seja. E também ando muito à chuva e só não ando mais porque os óculos não me deixam! ;)

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  2. Raquel,
    É uma verdade desdenhada, essa. Partilho, em todo o sentido, contigo. Escreve-se, sobre este e outros aspectos da vida e do afecto, muito mais do que aquilo que se vive. Daí o meu receio de opinar.
    Ah, os óculos! Tinha-nos comigo, também. Só quem os usa, pode questionar a utilidade de passear à chuva ;)
    Um beijo.

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