Fala-se
de educação, dos tipos de educação. Os pais que conheço lêem até ao sufoco. No
final, voltam a questionar tudo e todos. O excesso consome as gentes. A míngua
rouba oportunidades. A infância alimenta-se do que lhe dão. A minha foi cheia e
feliz. Reproduzem-se, contudo, actos, factos e misturam-se ensinamentos. Por
demais quando a redoma é vigorosa. Sinceramente, por mais que esforce, não
consigo lembrar-me da última vez que andei à chuva. É pertinente. Questionável.
Até à semana passada. Involuntariamente tive de me fazer ao caminho, sob a
chuva copiosa. Juntamente com quem me acompanhava. Andar sob as pingas grossas
passa rápido e dá vontade de rir. Mesmo que chegues ao destino tão molhado que desejes,
somente, praguejar sem fim. Andar sob a chuva é daquelas coisas que cedo levam
para longe de nós. Depois experimentamos e percebemos o que está guardado.
Escrevo isto, devo assumir, para voltar a ler já de seguida, e em todas as vezes
que lhe sigam, quando tiver de atravessar a porta e esforçar-me por passar por
entre os pingos da chuva.
Eu própria já pensei em deixar de escrever sobre educação, sobre pais e sobre filhos, por achar que se escreve demais e que se vive de menos. Tenho pena que assim seja. E também ando muito à chuva e só não ando mais porque os óculos não me deixam! ;)
ResponderEliminarRaquel,
ResponderEliminarÉ uma verdade desdenhada, essa. Partilho, em todo o sentido, contigo. Escreve-se, sobre este e outros aspectos da vida e do afecto, muito mais do que aquilo que se vive. Daí o meu receio de opinar.
Ah, os óculos! Tinha-nos comigo, também. Só quem os usa, pode questionar a utilidade de passear à chuva ;)
Um beijo.