30.10.14

Publicação que releva travessura.

Lembraram-me dos estendais. Tamanho esquecimento o meu. Típico da cidade que se lança, em rigor da necessidade, pela fachada que deixa aventar. A rua não é larga no desfavor do passadiço. Em não tardando, desagua num largo com nome de figura importante. De voz buliçosa, com a traquinice na postura que segura, dizia em tom alto, sem opróbrio, assim se desfez em bons dias: notícias fresquinhas. Ouvi há instantes na rua de um outono que espiga à medida da desordem de um desaguisado entre o ser e o parecer das estações do ano. Também elas se franzem, marcando espaço, nesta luta de homens e de travessos meninos. Julgava eu, era mote de conversa, por demais, em desuso. Tomei de ouvido, e desta vez lhe tirei as teimas. Os quiosques de rua, tão frequentados como a jovialidade que ainda guarda o carácter alegre e a disposição para parar, ouvir o vizinho e ler as gordas. Porque lhe faltou a vista, ressalva. Depois da notícia, logo a conversa se traja a rigor. Pôr no corpo de cada palavra a discussão. É sangue a preto e branco o que salta das gordas de uma capa que promete guardar, adiante, o melhor do pior.

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