Não
me canso de gabar a sala de pé direito alto e elegante, o soalho de madeira
pesado que não deixa a desejar. As portadas largas, brancas como a decoração.
Os vidros, no fim-de-semana de Novembro a findar, ganham pingas a desenhar. A rua
fica lá em baixo, como se fosse a terra a definir. E gosto de ler, mas escolho
o sossego. Não é o caso. Agora, servem-se cafés e infusões. Não é chá porque
vem em latas reinventadas. Biscoitos e scones da padaria que agora é costume. É
um desenrolar de conversas sem fim. Sartre é tema em cima da mesa. Opiniões que
não se medem na informação vazia que percorre o mundo de circunstância. Antes
dele, falámos de Carla Bruni, recordações do seu tema “Tu es ma came”. Logo alguém se lembrou da letra e a cantarolou.
Mais depressa correram ao vídeo online e a saudade voltou. Fazemos da
informação e da canção o que delas nos aprouver. Caso não resulte, problema
resolvido. Compras mais infusões cuja marca nacional os reinventa e oferece
novos sabores. Serves, por fim, de bandeja com os sonhos e os dissabores.
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