25.11.14

Parecer de um desprovido.

Sonho com o dia em que a sala de leitura se transforma numa biblioteca digna. Forrada a livros devidamente identificados. Guardar-se-á, num compartimento as revistas que colecciono. Muitas de música. Outras tão genéricas. Mas sempre de proveitosas matérias. Grandes capas e elogiosos recheios. Em alguma parte desta casa estão revistas. Capas que vislumbrei e jamais lhes li o conteúdo. Outras que espreitei, por me cruzar com elas sobre a banqueta e a mesa de apoio. A Elle, a Vogue ou a Vanity Fair deixadas por entendidas da moda. Nesta casa, algures numa gaveta de recordações, estão revistas de nicho. A moda é um exemplo, porque as abandonaram por cá. Não sei, sinceramente, se algum dia a minha mãe lhes pousou a vista. Nesta casa, onde a minha cadela é rainha, lê-se sem preconceitos. Entendem-se as comadres e os compadres.

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