Não
deve ser mentira quando da infância, as palavras ganham um caminho e um
trajecto particular, e logo se fazem verdades de tanto nos servirem. Inclusive,
numa postura tremendamente traiçoeira e temida. Desde pequeno que os mais
velhos e conservadores, por certo, uma ala mais altiva da minha família, faziam
por lembrar. Numa luta desigual para com o esquecimento, que abrir a boca,
vociferando tudo quanto nos apoquentasse no instante, depressa passava para os
escombros da má educação. Rapidamente se deixa a carruagem da frontalidade e da
verdade para desmontar o outro. Melindrar a postura e, em grave instância, a
dignidade do outro. A outra pessoa. Porque a minha percepção pode estar e deve
estar moldada pelas minhas vivências, assim, facilmente ocorre serem diferentes
das outras pessoas. Não pouca gente me vem falando do mesmo ensinamento.
Questiono-me. É uma verdade explicita ou um mentira que merece atenção. Alguém
teve a sapiência de a escrever algures. Num livro. Num qualquer ensaio. Por
deles nos servirmos quando queremos a conformidade da ideia com a verdade.
Mesmo que nos acusem de ter um ar fino, havemos de nos preocupar, enquanto
houver discernimento, com males maiores.
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