O
casario corrido deixa margem e desafia a curiosidade de imaginar o que se faz e
como se vive de cada porta para dentro. É uma rua de elegantes entradas. De
nomes que fazem os restaurantes e uma ou outra loja. A esta hora, jamais se
vêem pessoas a procurar sonhos em cada montra decorada. Do contemporâneo ao
barroco ou ao renascimento. Estilos pouco disciplinados no tempo, inverso do
estilo que procura esta rua. As portas coloridas chamam a atenção, nesta rua
não é excepção. Depois de recebidos, nada senão um lanço de escadas de madeira
que responde a cada passada. Descemo-las e logo se fez festa de luz e o bom
gosto de uma sala composta. Mesas baixas, a luz certa, o ambiente definido. A
surpresa de quem gosta de evoluir nas sugestões. É a comida da moda, amor de
exclusividade, recusa de quem não entra na roda. Servem-nos sushi sobre a
tábua. É um jogo de damas, por delas me lembrar quando lhes conheço a
disposição. Ou xadrez, se alguma vez me tivesse feito entendido. Os lugares
definidos, feita a jogatana a que nos havíamos proposto, invertemos o caminho. Sob
a noite iluminada, não me lembrava de outra coisa que não fosse o próximo livro
que vou comprar. A elegância de espírito sobrepor-se-á, por demais e para
sempre, ao delicado saber dispor e compor o lugar.
A forma como tu escreves é tão elegante que me deixa sempre a invejar as tuas palavras, a maneira tão eloquente como as deixas pousar sobre quem te lê. Uma inveja boa, um desejo secreto de, um dia, ser como tu. Obrigada por seres tão cuidadoso com os teus termos e tão carinhoso com aqueles que te seguem. E não tens de pedir desculpa nenhuma pela prosa longa. :)
ResponderEliminarUm beijo!
Raquel,
ResponderEliminarTão agradecido. É o que me ocorre. Por me faltarem as palavras. Caso raro, bem sei. Por não saber responder à altura de tamanho elogio.
Sabe bem, admito, lê-lo de alguém cujo espaço e as palavras tanto admiro.
Um beijo! :)
Obrigado. E volta sempre.