Da
porta grande para dentro. Sol de inverno e frio sem qualificação. Convidaram-me
a sentar. Ali mesmo ao lado, numa cadeira sem grandes dotes decorativos.
Sorriram-me com leveza e alegria. Leram-me excertos de um livro bom. Voz
melodiosa e veloz na esperteza com que se coloca. Ouvi prosa bonita e poesia
verdadeira. Parece feita de propósito para quem a ouve ou lê. Seguraram-me a
atenção sem sacrifício, iluminaram uma sala com as palavras e os conceitos.
Manhã bonita, sem defeito. Mulher sábia que escolhe cada letra. Desenha as
palavras com as mãos no papel branco. Escolhe cada tom. Cada tonalidade. Estão
todos ali, junto dela. Hoje, quando o dia chegar ao fim, lembrar-nos-emos de
cada instante. Nenhum repetido. Ninguém cansado. Alimentamos os sentidos. Cada
um. Mesmo depois da porta grande para fora. Só me resta agradecer. E voltar a
ler.
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