2.2.15

Uma noite de risada pegada e uma imagem bem guardada.

Aí em casa. Aqui também. Prestem atenção, gente de bom coração. Volta, tempo sim, tempo não. Queremos sempre, escolhemos quando dá. Temos coisas para ti, tenho coisas para vocês. Batem as pestanas das meninas, piscam os olhos dos rapazes. Tudo bem medido. Conversas sem fim, como se insiste no termo da semana. Ascende a tentação de ficar no sossego. Gente minha, à volta das palavras, das histórias com final. Uns felizes, outros tristes aprendizes. À volta da ironia característica, no conforto da partilha e do quente tão típico. Pediram-me, no meio de tudo isto, que desenhasse. Que a desenhasse. No mínimo, que fotografasse. Que a fotografasse. Por favor, voltou a insistir. Não dou tréguas com facilidade. Não é maldade de génio caprichoso e altivo. É o lamento do receio. Porque não é uma opção. Nem sei se, porventura, é uma necessidade. Permanece por aí, pedi. Vamos ver. Ligámos, via Skype, para outra parte deste grupo, para um país que nos levou uma boa margem. Agora, todos, fizemos um relato sem fim. Bebemos e brindámos à amizade longa. Rimos com vontade. Até do sarcasmo voraz. Partilhámos. Nisto, decidi guardar-lhe a pose. Sem dar por isso. Enquanto ouvia atenta e ria em resposta. Voltava a cabeça e girava o longo cabelo. Não lhe disse. Voltámos ao brinde, à conversa sem medida e à partilha à distância. Toma. Beijou-me, antes de ver. Obrigada, disse-me. Vou dançar com outra convicção. Tão contente por me fazeres em pausa nesta noite de feliz confusão, continuou. Outro beijo. Rimo-nos. A sério, rimo-nos sempre. Por bem. Juntos, seja qual for o motivo. Todos os dias que o ano tem.

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